Campeonato Municipal de Três Cachoeiras: Rio do Terra Volta atrás e com nova comissão confirma participação
Após polêmica envolvendo a redefinição de bairros, equipe retoma inscrição com nova diretoria; votação entre clubes determinou as regras do campeonato de forma democrática

O Campeonato Municipal de Futebol de Três Cachoeiras, edição 2025, começou antes mesmo da bola rolar, com disputas nos bastidores que movimentaram a comunidade esportiva. Entre acusações, desistências e reviravoltas, o fato concreto é que as definições de regulamento — como a obrigatoriedade da categoria Aspirantes e o zoneamento dos bairros — foram decididas de forma democrática pelos clubes participantes, em reuniões realizadas sob a coordenação do Conselho Municipal de Desporto (CMD).
Decisões tomadas por votação dos clubes
Diferente do que foi alegado em manifestações públicas, o CMD e a Prefeitura atuaram dentro de seus papéis institucionais: o CMD coordenou e executou as decisões deliberadas pelos clubes, enquanto o Executivo Municipal arcou com as despesas de arbitragem e premiação, sem interferir nas definições esportivas.
O ponto central da polêmica foi a votação sobre o vínculo do bairro Santa Rita, que tradicionalmente esteve associado ao Santo Anjo. Em 2025, a maioria dos clubes votou favoravelmente à proposta do Morro Azul de incorporar os atletas do Santa Rita ao seu elenco. A decisão foi aprovada por 5 votos a 2, com Rio do Terra e Santo Anjo se posicionando contra.
A última redistribuição de bairros havia ocorrido em 2017, e, como de praxe, novas definições são discutidas a cada edição, conforme a movimentação dos clubes. Exemplo disso é o time do Centro, que sempre conta com atletas do bairro Yate, em um processo votado e aceito pelos participantes.
Nota polêmica e desistência do Rio do Terra
Sentindo-se prejudicado, mesmo mantendo o vínculo dos atletas do bairro Paraguai, o Rio do Terra, por meio de seus dirigentes, publicou uma nota em redes sociais e imprensa, dia 17 de abril, acusando o secretário de Esportes e o governo municipal de manobras políticas para beneficiar adversários. A repercussão foi imediata e negativa, surpreendendo torcedores e atletas da própria comunidade.
Apesar das tentativas de conciliação — como a reunião de 22 de abril, onde foi feita nova proposta para a equipe reconsiderar — os então dirigentes mantiveram a decisão de desistir da competição.
Reviravolta: nova diretoria assume e time confirma participação
O desfecho da novela aconteceu na noite desta segunda-feira, 12 de maio, em mais uma reunião entre CMD e clubes. Três novos dirigentes do Rio do Terra se apresentaram com o interesse de reativar o time e participar da competição em ambas as categorias, Principal e Aspirantes. Antes porém, no dia 7 de maio o clube já havia publicado em seu perfil no Instagram seu retorno.
Com isso, houve um remanejo de jogadores que haviam sido inscritos por outras equipes, retornando agora ao time de origem. Apenas a situação de dois atletas ainda será definida até a próxima segunda-feira 19, quando se decidirá se permanecerão no Rio do Terra ou serão liberados para outros clubes interessados. É forte o indicativo que ambos não devem jogar pelo o rubro-negro da serra.
O prazo final para que o Rio do Terra apresente as fichas de inscrição definitivas foi estendido até a segunda-feira, dia 19 de maio, selando assim sua participação oficial no campeonato.
Calendário definido: competição deve começar em junho
Com as pendências encaminhadas, a previsão de início do Campeonato Municipal de 2025 está entre os dias 8 ou 15 de junho. A fórmula de disputa prevê jogos aos sábados e domingos, com partidas realizadas em dois campos diferentes a cada rodada, otimizando o cronograma e garantindo maior movimentação nas comunidades envolvidas.
Responsabilidade das decisões é dos clubes, não do governo
A apuração dos fatos confirmou que o processo foi legítimo, com votação aberta e transparente entre os representantes das equipes. Transferir essa responsabilidade ao CMD ou à Prefeitura, como fizeram os ex-dirigentes do Rio do Terra, foi uma tentativa infundada de politizar uma decisão esportiva e coletiva.
O equilíbrio das decisões tomadas no Campeonato Municipal de 2025 também reflete a habilidade do presidente do CMD, Eduardo Policarpo, cuja condução das reuniões foi marcada pela mediação e pelo incentivo ao bom senso, orientando os dirigentes a superarem interesses individuais em prol do coletivo. Sua postura serena e democrática foi fundamental para pacificar divergências e garantir um ambiente de respeito mútuo. Destaca-se, ainda, a confiança do secretário de Esportes, Neverton Gigante, que, com profissionalismo, delegou total autonomia ao seu subordinado, abstendo-se de interferências coercitivas ou manifestações parciais, preservando a lisura do processo e respeitando a soberania das decisões dos clubes.
Por Junior Guimarães
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